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Mais seco que o Deserto do Saara: Urupês enfrenta período crítico com falta de chuvas

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Imagem: divulgação.

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Por Luís Fernando da Silva - Divisão de Comunicação

Publicado em 07/10/2024 00h00

Urupês está há mais de cinco meses sem registrar chuvas consideráveis. Entre abril e setembro de 2024, a cidade acumulou apenas 130mm de chuva, número bem inferior aos 250mm registrados no mesmo período do ano passado, que já havia sido considerado seco.

A situação agrava-se com a baixa umidade do ar, que chegou a 10% no dia 4 de setembro, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), um índice mais severo que o de cidades no deserto do Saara, como Timimoun, na Argélia, que registrou 13% no mesmo dia.

Impacto na Agricultura

A seca prolongada tem gerado impactos graves na zona rural de Urupês. José Pedro Ferreira, responsável pelo Departamento de Agricultura, destaca que culturas como a cana-de-açúcar estão sofrendo severamente, com expectativa de quebra de safra para o próximo ano. “O estresse hídrico é muito forte e, além disso, as queimadas pioram a situação. A cana está seca e o gado também sofre, o que eleva os custos com alimentação”, explica.

Já para produtores de limão, como Antonio Roque Domingues, que utilizam irrigação, o cenário é menos drástico, mas ainda preocupante. “A irrigação mantém a planta viva, mas a produção e a qualidade do fruto são comprometidas. Se não fosse pelo poço, muitos produtores estariam sem água”, comenta.

Abastecimento na cidade

O Departamento de Meio Ambiente, Saneamento e Águas de Urupês informou que está operando com sua capacidade máxima para suprir a demanda de água da população. No entanto, há risco de colapso no abastecimento se não houver colaboração dos moradores. A orientação é economizar água, evitando o uso para lavar calçadas e quintais. A situação é crítica, e algumas regiões mais altas da cidade já relatam problemas de abastecimento.

Riscos à Saúde e ao Meio Ambiente

Ainda nesta sexta-feira, o INMET emitiu alerta de baixa umidade com riscos potenciais de incêndios florestais e danos à saúde. A população é aconselhada a evitar atividades físicas ao ar livre, hidratar-se adequadamente e usar umidificadores em ambientes internos. Além disso, campanhas de conscientização estão sendo feitas para evitar fogueiras, queimadas e o descarte inadequado de cigarros nas rodovias, práticas que podem agravar os riscos de incêndios, como o que ocorreu recentemente em Urupês, resultando em fatalidades.

Apesar da seca severa, o Departamento de Saúde da cidade informou que não houve aumento nos atendimentos relacionados a problemas respiratórios, mas reforça os cuidados com a hidratação e a proteção contra o ressecamento da pele e desconforto nos olhos e vias respiratórias.

As autoridades locais pedem que a população siga economizando água e adotando medidas de prevenção a incêndios, lembrando que, em tempos de seca extrema, cada atitude responsável pode fazer a diferença para minimizar os impactos na cidade e nas zonas rurais.

Nesta notícia: defesa civil

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